História da Península Ibérica.

07/06/2013 21:58

 

 
lusitania
Divisão provincial da Península Ibérica na época dos romanos


  O território português englobava muitos povos diferentes, a saber: Calaicos, Túrdulos, Lusitanos, Cónios e Célticos. Estavam repartidos por três zonas, uma a norte do Douro, outra entre o Douro e o Tejo e a terceira a sul deste rio. Em cada uma das duas primeiras, distinguem-se os povos do interior (Calaicos e Lusitanos) e os do litoral (Túrdulos e Gróvios).

  Os Celtas e Iberos tiveram grande influência na zona centro e norte da Península. Já os Fenícios e Gregos pouco tocaram na zona norte. Na zona sul colonizaram essencialmente o litoral algarvio e alentejano e na bacia do Tejo. Ossonoba, perto de Faro, teve eventual fundação fenícia.

  Após a conquista da Península Ibérica pelos Romanos, estes dividam-na em três grandes províncias: Tarraconense, Lusitânia e Bética.

  A Lusitânia tinha três conventos jurídicos: Emérita (Mérida), Pax Iulia (Beja) e Scallabis (Santarém).

  Os Suevos e Visigodos nunca se contaram em número suficiente para uma colonização total. A partir do século VIII, vieram as invasões muçulmanas que trazem uma nova expressão da tendência dominadora do sul mediterrânico. Dividem a Península em duas zonas distintas: uma a norte do Douro, em que há pouca influência, outra do vale do Tejo e para o sul em que ela é duradoura.

  O elemento de distribuição de povos é a existência de comunidades unidas por laços muito ténues, frágeis e instáveis, e a não existência de qualquer vínculo profundo que unisse todo o território.

  Sobre os lusitanos, há que referir de que os mesmos tiveram grande influência celtibera. Eram ágeis, vigorosos e frugais. Dormiam na terra dura, usavam compridos e soltos cabelos, como os das mulheres. Apreciavam muito os sacrifícios e tiravam prognósticos do exame das entranhas das vítimas. Eram disciplinados e hábeis na arte da guerra.

  Após a morte de Sertório os lusitanos desintegraram-se o que foi aproveitado por Pompeu para os derrotar. Mas a influência romana já se fazia sentir através de Sertório no ensino, no direito, na educação da juventude e no movimento artístico. A partir daí foi a integração completa.

  Em termos políticos devemos considerar que os vínculos eram exteriores às comunidades. Só nas cidades penetraram o suficiente para de certo modo influenciar as estruturas comunitárias. Mesmo nas cidades, a assimilação romana foi mais intensa na Bética e na Tarraconense litoral, pouca na Galécia e não chega a tornar-se efectiva na zona cantábrica e basca.

Romanização da Península Ibérica

  Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica pelo ano 218 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago, em que as tropas comandadas por Cneu Cipião desembarcaram em Ampúrias. Durante vários anos lutaram contra o domínio dos Cartagineses, acabando por expulsá-los da Península em 206 a. C., com a conquista de Cádis, passando a dominar o litoral mediterrânico. Seguiram-se as lutas contra os povos peninsulares. Por 194 a. C. deu-se o primeiro confronto com os Lusitanos. Entre os chefes destes sobressaíam Viriato e Sertório. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.


  A sua influência fez-se sentir em todos os sectores. De uma economia rudimentar passou-se a uma economia agrícola com bom aproveitamento dos solos e das várias culturas, como o trigo, oliveira, fruta e vinha. A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. As povoações, até aí predominantemente nas montanhas, passaram a surgir nos vales ou planícies, habitando casas de tijolo cobertas com telha. Como exemplo de cidades que surgiram com os Romanos, temos Braga (Bracara Augusta) , Beja (Pax Iulia) , Conímbriga e Chaves (Aquae Flaviae) . A divisão administrativa e judicial foi feita à moda de Roma, com a divisão da Península em três províncias (Tarraconense, Lusitânia, Bética) e com a criação dos conventos jurídicos.

  A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras, o que ajudou a desenvolver também o comércio, surgindo feiras e mercados, com a circulação da moeda e apoiado numa extensa rede viária (as famosas "calçadas romanas", de que ainda há muitos vestígios no presente) que ligava os principais centros de todo o Império.

  A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas.

  Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada. Os principais agentes foram os mercenários que vieram para a Península, os grandes contingentes militares romanos aqui acampados, a acção de alguns chefes militares, a imigração de romanos para a Península, a concessão da cidadania romana.

  Cidades do tempo dos Romanos:

Aeminium – Coimbra
Aquae Flaviae – Chaves
Bracara Augusta – Braga
Conímbriga
Ebora Liberalitas Julia – Évora
Egitânia – Idanha-a-velha
Interamniense-Viseo – Viseu
Miróbriga – Santiago do Cacém
Myrtilis – Mértola
Olisipo Felicitas Julia – Lisboa
Ossonoba – Faro
Pax Julia – Beja
Portucale-Castrum Novum – Porto
Salatia – Alcácer do Sal
Scallabis – Santarém
Sellium – Tomar
Tróia



Vestígios da civilização Romana em Portugal