Júlio César

07/06/2013 21:56

 

 
 Nasceu no ano 100 e morreu, assassinado, em 44 a.C., ao cabo de uma carreira que fez dele o primeiro homem político de Roma. Dois anos após a sua morte ser-lhe-ia atribuído o estatuto de deus do povo romano.

 A sua entrada na vida pública foi precedida por vários anos de instabilidade em Roma. O jovem César começou por se dedicar à vida militar, que sempre lhe serviria de suporte às ambições políticas. Alcançou, depois, posições de menor importância na magistratura, até que, em 69 a.C., foi eleito questor. O cargo trouxe-o à Península Ibérica, e mesmo a território que é hoje em dia português. Mais tarde, em 62 a. C., foi eleito pretor, tendo de seguida ocupado o cargo de governador, mais uma vez, na Ibéria.
 Em 60, constituiu então, com Crasso e Pompeu, um triunvirato que duraria até ao ano de 56 a.C. Em 59 César foi eleito cônsul.

 Para conquistar a simpatia do partido democrático, distribuiu terras aos Consulado veteranos de Pompeu e propôs que fossem dadas as terras incultas da Campânia às famílias com três filhos. Tornou-se popular e temido.

 Depois de sua filha Júlia, se ter casado com Pompeu, e ter levado como seu lugar-tenente o filho de Crasso, inaugurou a conquista da Gália. Repelindo a invasão dos Helvécios e dos Germanos, apareceu entre os gauleses como um salvador. A revolta estalou com Vercingétorix, chefe arverno, que foi cercado em Alésia. Dotando o exército com uma técnica e uma disciplina nunca atingidas, dominou a Gália após nove anos de gloriosa campanha.


 Na imagem: rendição de Vercingétorix (lançou aos pés de César as armas e o escudo, mas não entregou o cavalo, que considerava como fazendo parte do seu próprio corpo).

 A morte de Crasso no oriente colocou frente a frente dois rivais: César e Pompeu, destruindo o que haviam prometido na Conferência de Luca de viverem em plena harmonia. O Senado, sob pressão de Pompeu, destituíra César do exército. Reuniu as suas legiões e, atravessando o Rubícão (o que era considerado como inimigo de Roma), disse a célebre frase: «Alea jacta est» (está lançada a sorte). Pompeu fugiu para a Grécia onde foi vencido na batalha de Farsália, enquanto os seus lugar-tenentes Lépido e Marco António defendiam Roma. Ptolomeu, que cortara a cabeça a Pompeu, foi destituído por César, e substituído no trono egípcio por sua irmã Cleópatra.

 Do Egipto passou à Asia-Menor, resumindo na conhecida frase: «veni,vidi,vici» (cheguei, vi e venci) a sua campanha contra Farnácio, filho de Mitrídates. O Senado nomeou-o Ditador. Venceu Juba, rei da Numídia, em Tapso, que apoiava os partidários de Pompeu, e em Munda os pompeanos espanhóis. Querendo fundar um império à maneira de Alexandre, foi assassinado nos Idos de Março (15 de Março) em pleno Senado por Cássio e Bruto.



Cronologia

100 a. C. - Nascimento de César
81 – Ditadura de Sula
80 – Serviço militar na Ásia. Alegada dissidência com o rei Nicómedes IV, da Bitínia
69 – É eleito questor.
67-66 – Alia-se a Pompeu e a Crasso.
63 – Pontifex Maximus. Consulado de Cícero. Conspiração de Catilina.
62 – Foi eleito pretor
60 – Primeiro triunvirato de Pompeu, Crasso e César.
59 – Primeiro consulado de César. Casamento com Calpúrnia, filha de L. Calpúrnio Piso.
58 – Pró-cônsul da Gália Cisalpina, Ilírico e, finalmente, da Gália Transalpina. Campanhas contra os Helvécios e os Ariovistos.
57 – Campanha contra os Belgas (Nérvios)
56 – Promoção das campanhas na Britânia e na Normandia. Renovação do Primeiro Triunvirato. Campanha contra os Venetos.
55 – Renovação do pró-consulado por cinco anos. Travessia do Reno. Primeira invasão da Britânia.
54 – Segunda invasão da Britânia.
53 – Segunda travessia do Reno. Crasso é derrotado e morto pelos Partos em Carras.
52 – Revolta de Vercingétorix, derrotado na Alésia. Distúrbios em Roma. CIódio é assassinado e Pompeu eleito cônsul único.
51 – Cerco de Uxeloduno. Fim das Guerras na Gália e publicação dos Comentários de César. Os seus opositores Optimate aguardam que seja chamado a Roma.
50 – Contínuos esforços dos inimigos de César para trazê-lo a Roma a fim de ser julgado.
49 – César recebe ordens para dissolver o seu exército. Pompeu reforça a sua autoridade como ditador. A guerra civil tem início em Janeiro com a travessia do Rubicão. As forças de Pompeu capitulam em Espanha. César é eleito ditador.
48 – Segundo consulado. Pompeu derrota César em Dyrrhachium, mas é derrotado em Farsália e assassinado no Egipto. César ocupa Alexandria.
47 – Termina a Guerra de Alexandria. César derrota Fárnaces em Zela, na Ásia Menor.
46 – Terceiro consulado. Indicado para ditador por dez anos. Derrota dos correligionários de Pompeu em África. Publicação de Catão, de Cícero, e de Anticatão, de César.
45 – Os exércitos de Pompeu são derrotados na Batalha de Munda. Fim da guerra civil. Quarto consulado.
44 – Torna-se Ditador Perpétuo e é eleito para o quinto consulado. Tentativas para coroar César em Fevereiro. César é assassinado nos Idos de Março (15 de Março).

 Júlio César, que desempenhara o cargo religioso de «pontifex maximus» (cargo puramente honorífico, mas de grande valor simbólico, de custódio e garante da religião oficial) foi divinizado depois de morto com o título «Divus lulios», por decreto do Senado. Descreveu as suas campanhas da Gália no seu livro: «Comentários da guerra gaulesa»; no outro seu livro «Comentários da guerra civil» narra as suas lutas com Pompeu.


 

 
Nascido no seio de uma família de patrí­cios romanos, no ano 100 a. c., assumiu o poder - juntamente com Crasso e Pompeu ­no ano 60 a. C.
Eleito cônsul, em 59 a. c., dedicou-se à organização do exército romano na Gália Cisalpina (Norte da Itália). Após lutas ardo­rosas com os gauleses, conquistou a Gália Transalpina (França) e passou o rio Reno para intimidar os Germanos.
Afamado pelas suas vitórias militares, regressou a Roma e assumiu o poder (45 a. c.), pondo termo ao governo ineficaz do Senado. Reformulou o calendá­rio, tendo introduzido o mês de julho, ins­pirado no seu nome.
No ano seguinte,em 44 A.C., nos idos de Março (dia 15) morreu apunhalado por um grupo de 60 conjurados republicanos, receosos da queda do regime e da instaura­ção de um governo absoluto. Entre eles contavam-se os seus antigos protegidos Brutus e Cassius. César caíu aos pés de uma estátua de Pompeu e as suas últimas palavras são descritas em várias versões:
Kai su, teknon? (Grego, tu também, meu filho?)
Tu quoque, Brute, filii mei! (Latim, Tu também, Bruto, meu filho!)
Et tu, Brute? (Latim, Tu também, Bruto?, versão imortalizada na peça de Shakespeare, "Julius Caesar"


 

Segundo Suetónio, em "A Vida dos Doze Césares", César, ao ser golpeado, não pronunciou frase alguma.De qualquer forma a frase ficou como espelho da traição dos amigos.
A lenda reporta um aviso feito por Calpurnia Pisonis, a mulher de César, depois de ter sonhado com um presságio terrível, mas César ignorou-a dizendo "Só se deve temer o próprio medo."


 

Depois da morte de César, rebentou uma luta pelo poder entre o seu sobrinho-neto Octávio , adoptado no testamento, e Marco António, que haveria de resultar na queda da República e na fundação doImpério Romano no ano de 27 A.C.